Com mais de 350 participantes, representando todas as regiões onde atua, e a presença de várias lideranças cooperativistas, a Cocamar Cooperativa Agroindustrial promoveu na manhã de quarta-feira (1º/2) em Maringá, no salão social da Associação Cocamar, a Assembleia Geral Ordinária (AGO) de prestação de contas do exercício 2022. Como preparativo para o evento, foram realizadas mais de 50 reuniões pré-assembleia no período de 23 a 30 de janeiro, com total de cerca de 3,1 mil produtores, para análise e discussão prévias dos temas.
Em 2022, a cooperativa recebeu 1,201 milhão de toneladas, espelhando redução ocasionada por problemas climáticos. Já os volumes de milho e trigo atingiram, respectivamente, 1,303 milhão de toneladas e 97 mil toneladas, enquanto as entregas de laranja foram de 2,7 milhões de caixas e, as de café, 9 mil sacas beneficiadas.
As vendas de insumos agropecuários alcançaram o volume recorde de R$ 3,360 bilhões, com expansão de 42% sobre o último exercício, ao passo que os negócios com produtos de varejo foram também recordistas: R$ 1,231 bilhão, 13% acima em comparação a 2021.
Com isso, incluindo também os resultados das empresas do grupo, o faturamento da Cocamar foi de R$ 11,1 bilhões no ano passado, o maior de todos os tempos, um crescimento de 15% em relação aos R$ 9,6 bilhões registrados no ano anterior.
Para 2023, entre outros objetivos - como continuar expandindo a rede de unidades de atendimento -, a previsão é de um faturamento de R$ 13,7 bilhões.
Os cooperados aprovaram por unanimidade todos os itens da pauta e deliberaram pela doação de R$ 324 mil ? o valor complementar das sobras distribuídas em dezembro, de R$ 104,7 milhões ? para que o Instituto Cocamar realize ações de apoio a entidades assistenciais, mediante aprovação de seus projetos. A cooperativa anunciou, ainda, que um percentual do Fates (Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social) será destinado para apoiar as entidades com a instalação de sistemas para a geração de energia solar.
?A Cocamar coloca em prática o sétimo princípio cooperativista, que é a preocupação com a comunidade?, comentou o presidente do Conselho de Administração da cooperativa, Luiz Lourenço. Segundo ele, em um ano de excelentes perspectivas em relação às lavouras, como neste período de verão 2022/23, o apoio dos produtores é essencial.
Lourenço destacou também que entre os planos para 2023 está avançar no mercado com o fornecimento de cortes especiais de carnes com a marca Cocamar, informando que a cooperativa utilizará uma estrutura frigorífica em Nova Londrina. E, ao mesmo tempo, evoluir nos estudos para a introdução da piscicultura como nova opção de renda aos cooperados.
Sobre o recebimento da supersafra de soja, cuja colheita está prestes a começar, o presidente executivo Divanir Higino explicou que absorver grandes volumes ? que vão chegar, praticamente, tudo de uma vez ? vai ser um dos principais desafios não apenas da Cocamar, mas de todas as cooperativas. ?Precisamos que os cooperados tenham o entendimento da situação e um pouco de paciência, mas tudo faremos para agilizar?, frisou.
Ao pronunciar-se, finalizando a Assembleia, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destacou que tanto a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) quanto a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), terão papel dos mais importantes em defesa do setor. ?O momento é complexo e o fórum é o Congresso Nacional?, explicou. ?Felizmente, temos forte representação política e uma voz que é ouvida?.
Ricken falou também sobre o forte crescimento do cooperativismo paranaense que, em 2015, faturou R$ 50 bilhões na soma de seus sete ramos e, em 2022, fechou com R$ 187 bilhões. ?A meta de chegar aos R$ 200 bilhões de faturamento será alcançada mais cedo do que esperávamos?, salientou, informando que a Ocepar já vai começar a trabalhar na estruturação de um plano para chegar aos R$ 300 bilhões, o Paraná Cooperativo 300 (PRC-300).
O presidente da Ocepar falou também sobre as dificuldades logísticas que o cooperativismo vai enfrentar este ano para o recebimento da grande safra de verão. ?Em todas as assembleias das quais participo, a preocupação é essa?, citando que 65% dos volumes de soja produzidos no estado passam pelas estruturas das cooperativas. Segundo ele, o problema inclui também as dificuldades que vêm sendo enfrentadas nos portos paranaenses. ?Um navio que atraque hoje só vai ser carregado no começo de março?, acrescentou.
Na AGO, foi eleito o novo Conselho Fiscal para o exercício 2023, formado por Guilherme Martins Gomes Santos (de Assaí), Ricardo Cypriano (de Japurá), Danilo Paiva Trujilo (de Paranacity), Mariluce Teixeira de Anchieta (de Astorga), Luis Gustavo Brusco (de Maringá) e Márcio Zanzin (de Jussara).