Com a safra de verão em curso e a cerca de dois meses para o início da colheita em algumas regiões, os produtores, em sua grande maioria, já planejaram o período de inverno, quando suas terras são cultivadas com culturas como milho, trigo ou sorgo.
Contudo, a orientação da Cocamar Cooperativa Agroindustrial é que eles não deixem de considerar uma prática que, nos últimos anos, tem apresentado bons resultados: a diversificação das áreas com plantas de cobertura ? no caso, um mix de cultivos (entre os quais nabo, aveia e centeio), o plantio de braquiária solteira ou a adoção do consórcio milho e braquiária.
O gerente técnico da cooperativa, Rafael Furlanetto, explica que a medida traz uma série de benefícios, como a melhoria da qualidade física, química e biológica do solo, rompendo a camada de compactação e quebrando o ciclo de doenças, sem falar que a cobertura de palha facilita a absorção da água da chuva, controla o processo erosivo, mantém o solo fresco e úmido por mais tempo e inibe o desenvolvimento de ervas de difícil controle.
Furlanetto acrescenta que como efeito direto dessa prática, produtores economizam com a aplicação de herbicidas e a lavoura de verão pode apresentar um ganho de produtividade, uma vez que a mesma terá uma capacidade maior de suportar um veranico de curta duração em comparação a uma lavoura mantida em solo desprotegido.
Nos últimos anos, ainda segundo o gerente técnico, as plantas de cobertura, cultivadas no inverno, vêm conquistando espaço entre os produtores de diferentes regiões, mas ainda é grande o número daqueles que continuam no binômio soja-milho, lembrando que a cobertura deixada por essa última cultura é insuficiente e desaparece rapidamente sob altas temperaturas, além de todos os problemas resultantes do solo descoberto, em especial a infestação de ervas como buva e o capim amargoso.