Trinta e oito integrantes dos Conselhos de Administração, Fiscal e Consultivo da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, participaram na manhã de quarta-feira (25) em Maringá, do primeiro módulo do programa Gestão em Foco, promovido pela cooperativa. Tendo como tema Gestão da Continuidade, a primeira aula foi ministrada pela especialista Marina Funari, da consultoria Safras e Cifras.
“Desde a sua fundação há 32 anos, a Safras e Cifras tem trabalhado para proteger o maior insumo do agronegócio brasileiro, que é a harmonia familiar”, citou o seu diretor João Francisco da Silveira. O foco, segundo ele, é a família empresária e a gestão precisa ser bem planejada para que o negócio tenha seguimento e prospere.
Ao saudar os participantes, o cooperado José Rogério Volpato, que faz parte do Conselho de Administração, comentou que ainda é comum o produtor chegar na cooperativa e pedir para o colaborador fazer um levantamento de seus débitos, informação essa que deveria fazer parte de seu controle financeiro. Segundo Volpato, são exemplos que demonstram a necessidade do aprimoramento gerencial para que seja possível saber se, efetivamente, a atividade está dando resultado.
O objetivo do programa é oferecer subsídios para que os produtores cooperados evoluam na condução de seus negócios, explicou o analista de Cooperativismo, Wellington Costa Martins, citando: “Não basta ser bom em produzir, é preciso que a propriedade seja gerenciada criteriosamente como uma empresa”.
Em sua apresentação, Marina Funari começou falando de sua própria experiência como filha de produtor rural em Pelotas (RS) para chamar a atenção para um tema que não pode ser deixado em segundo plano: a sucessão na propriedade. O pai teve um problema de saúde e a família – ela, duas irmãs e a mãe - não estava vinculada à atividade rural. “Foi uma situação caótica, pois não tínhamos como saber onde ele havia comprado os insumos, se estava devendo, se havia feito contrato, enfim”, comentou.
Em quinze dias apenas, graças a um funcionário que era o braço direito deles, os familiares aprenderam muito do que o pai, ao longo de anos, não havia se preocupado em transmitir. Para complicar, esse funcionário faleceu, o pai demorou a se restabelecer e a família teve que experimentar na prática o quão importante e necessário era o seu envolvimento no negócio, para não colocá-lo em risco.
O primeiro módulo, Gestão da Continuidade, a especialista abordou temas como o desafio da continuidade, profissionalização da empresa familiar, o papel da governança, protocolo família/acordos familiares, principais ameaças à continuidade, principais oportunidades para construir a continuidade e planejamento da gestão da continuidade, entre outros.
Os outros três módulos, voltados à Gestão Econômica e Financeira, Desenvolvimento Humano e Organizacional, e Cooperativismo e Comercialização de Grãos, estão previstos respectivamente para os dias 8/11, 16/11 e 5/12.