Qualidade do suco da Coopsoli chama atenção no mercado solidário

20/03/2024

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A qualidade do suco de laranja produzido pelos 36 cooperados da Cooperativa de Produtores do Mercado Solidário (Coopsoli), sediada em Maringá (PR) e que é parceira da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, acaba de ser reconhecida em uma importante premiação na Alemanha, a Okotest.

LIDL - O produto concorreu em um teste de qualidade que reuniu várias marcas disponíveis aos consumidores daquele país, representando a LIDL, uma gigante supermercadista que só na Alemanha conta com 3.250 lojas e atua no fornecimento de itens do mercado solidário, como sucos de frutas, café e cacau, em embalagens com a marca Way To Go (caminho a seguir, na tradução literal).

“Muito bom” - Na avaliação, que é feita regularmente por especialistas, o suco de laranja dos cooperados da Coopsoli foi o único produto com uma classificação geral de “muito bom” e a declaração de que “o suco de laranja não só impressiona por sua qualidade, mas também pelo compromisso associado a ele”.

Nota máxima - Em conteúdo distribuído pela LIDL, consta ainda que o suco “é produzido com pagamento comprovadamente justo no país de origem e sob condições de trabalho seguras, tendo recebido nota máxima, superando todos os outros produtos”.

No destino - A LIDL recebe o suco concentrado e congelado de laranja, produzido nas regiões noroeste e norte do Paraná, através da Louis Dreyfus Sucos, companhia que faz a importação do produto.

Exigências - A relação dos produtores paranaenses com o mercado solidário vem desde 1999 e há alguns anos a Coopsoli foi fundada para congregar exclusivamente citricultores das regiões norte e noroeste do estado que atendem suas exigências. Entre elas, o cuidado com o meio ambiente onde a fruta é produzida e a observância às condições de trabalho, com a inexistência de mão de obra infantil e degradante e o rigor quanto aos direitos trabalhistas.

Parceria - Enquanto a Coopsoli congrega os produtores que se encaixam no perfil do mercado solidário, a Cocamar se encarrega da prestação de assistência técnica nos pomares, fornecimento de insumos e comercialização das safras, que são destinadas à fábrica de suco concentrado da Louis Dreyfus Sucos, em Paranavaí (PR).

Adicional - Além de receberem o preço de mercado pela sua produção de laranjas, os citricultores têm direito a um montante adicional que é originado da venda aos consumidores da Alemanha e de outros países. Eles pagam, em média, 1,99 euro pelo litro do suco e parte desse valor volta para os produtores como um incentivo por suas boas práticas.

Ações- Em 2023, a Coopsoli registrou o retorno de R$ 6,6 milhões relativos à exportação de suco para aquele mercado, sendo parte deste dinheiro aplicado em benefício aos próprios cooperados, que o utilizam em ações para o enfrentamento ao greening (a mais importante enfermidade que ataca a cultura, ainda sem tratamento), contratação de consultoria especializada em nutrição de pomares, que compreende análise de solo e das folhas das plantas, para detectar eventuais necessidades, disponibilização de calcário para correção do solo, cursos e outras realizações.

Grupos sensíveis - A própria LIDL manifestou interesse em financiar projetos adicionais com os cooperados da Coopsoli, buscando apoiar grupos sensíveis como mulheres e crianças, e incentivar a diversificação agrícola. Para isso, a Coopsoli receberá um aporte de cerca de R$ 500 mil em dois anos para custear iniciativas que visam a implementar ações para o fortalecimento dos produtores de forma sustentável e o desenvolvimento da cooperativa.

Rodrigo Faccin, de 34 anos, é um dos 36 cooperados da Coopsoli. A família dele possui uma propriedade no município de Alto Paraná, próximo a Paranavaí, onde o pomar conta com cerca de 30 mil plantas. Engenheiro agrônomo, Rodrigo, que reside no local com a esposa Jaqueline, disse ter ficado orgulhoso ao saber que o suco produzido com as laranjas produzidas pelos produtores ligados à Coopsoli, foi reconhecido pela qualidade na Europa.

Fortalecer - “A gente teve que fazer adequações na propriedade para atender às exigências do mercado solidário, mas vale a pena, porque isto ajuda a nos fortalecer na atividade”, afirma o cooperado.