A colheita de milho de inverno está apenas começando nas regiões de atuação da Cocamar Cooperativa Agroindustrial e ainda não passou de 2% da área total cultivada, mas os produtores já sabem que as médias em muitos lugares vão ser inferiores às do ano passado.
Em grande parte dos municípios, as chuvas faltaram principalmente durante a fase de enchimento de grãos, o que deve derrubar a produtividade das lavouras.
Neste início, segundo informa o gerente técnico da cooperativa, Rodrigo Sakurada, a média tem ficado em 58,6 sacas por hectare, 22% abaixo da expectativa inicial. Enquanto, de um lado, observa-se regiões com estimativas de produtividades ao redor de 78,5 sacas por hectare, de outro as variações para menos são grandes.
No oeste paulista, onde a cooperativa mantém unidades de atendimento, como nas cidades de Palmital, Cruzália e Iepê, a projeção até o momento é de 48,7 sacas por hectare, mas no Mato Grosso do Sul – caso de Nova Andradina, Ivinhema e Itaquiraí – a expectativa não passa de 22 sacas por hectare de média, menos ainda que nos solos arenosos do noroeste do Paraná, onde a previsão até o momento é colher 40,4 sacas por hectare. A colheita deve ganhar ritmo no final deste mês.
A realidade de áreas cultivadas no sequeiro contrasta, no entanto, com as irrigadas. Na região de Umuarama, em pleno arenito caiuá, o atual cenário mostra que o investimento em estruturas de irrigação está valendo a pena.
Se em muitas propriedades a média de lavouras que dependem da chuva não deve ir além de 30 sacas por hectare, no vizinho município de Xambré o início de colheita de uma área servida por pivô central está sendo promissor. De acordo com Fernando Fabris, engenheiro agrônomo da unidade da Cocamar em Umuarama, a média não deve ficar abaixo de 82,5 sacas por hectare.
E em Icaraíma, um grupo empresarial já concluiu a colheita de milho irrigado com a média de 103 sacas por hectare. “Esse pessoal não apenas colheu o milho como já semeou feijão para colher ainda antes do início da safra de soja, ou seja, vão ser três safras no ano (considerando a de soja, colhida nos primeiros meses de 2024)”.