“Os avós iniciaram o cooperativismo e os pais ajudaram a fazer crescer. Agora cabe aos jovens dar sustentação para que o setor se mantenha em alto nível e continue crescendo cada vez mais”.
Sucessão - A frase do presidente do Sistema Ocepar/Sescoop/PR, José Roberto Ricken, resume a essência do programa Unindo Gerações, voltado à sucessão na propriedade rural, cujo piloto foi lançado na manhã de quinta-feira (12) na Cocamar Cooperativa Agroindustrial em Maringá.
Presenças - Reunindo 25 participantes de vários municípios do estado, a aula inaugural contou, entre outros, com a presença do presidente do Conselho de Administração e do presidente executivo da cooperativa, respectivamente Luiz Lourenço e Divanir Higino.
PRC-300 - Ricken destacou inicialmente que o sistema acaba de concluir a estruturação do PRC-300, um plano estratégico para que o cooperativismo do Paraná alcance um movimento econômico de 300 bilhões de reais por ano – possivelmente no final de 2026. E, até 2030, atinja o patamar de 500 bilhões/ano.
Replanejando - “Chegamos a 202 bilhões no final de 2023 e foi feito agora todo um replanejamento com a participação de 225 cooperativas em sete ramos de atividades”, disse, afirmando ser necessário organizar a atividade do cooperado e ter um modelo moderno de gestão de comando das cooperativas.
Expressão - “Esse modelo está bem definido em algumas cooperativas, entre as quais a Cocamar, que conta com uma gestão profissional”, declarou Ricken. “Temos, agora, que mostrar para o jovem a expressão que tem o cooperativismo. Se ele não fizer a sua parte, dando continuidade ao trabalho do avô e do pai, a propriedade familiar e a sua cooperativa vão ter problemas. O jovem precisa saber como ele pode se desenvolver com a sua cooperativa”, acrescentou.
Despertar - Na visão de Ricken, atualmente o público jovem encontra mais oportunidades e renda, justamente, na propriedade da família. “O que estamos procurando fazer entre os milhares de jovens que estão nas cooperativas é despertar neles essa preocupação e esse interesse. E podemos ajudá-los para que cresçam na atividade profissional e conduzam sua cooperativa com excelência”, completou.
Responsabilidade - De acordo com Divanir Higino, “esse é um tema de grande responsabilidade para o setor, visando a preparação e a perpetuação das famílias dos produtores cooperados em seus negócios”. “É uma questão de investir na sustentabilidade do negócio familiar, preparar bem os jovens e também as mulheres para uma participação efetiva”, destacou Luiz Lourenço.
Sustentabilidade - Falando sobre o programa, o gerente de Cooperativismo da Cocamar, João Sadao, detalhou que o objetivo é sensibilizar e preparar a família cooperada para o planejamento sucessório, garantindo a sustentabilidade da propriedade rural familiar. Do grupo inicial, participam cooperados e familiares com idade acima de 18 anos, possibilitando assim a integração das gerações que atuam na propriedade.
Presencial - Para isso, o programa se desenvolverá de forma presencial em datas pré-estabelecidas, com módulos de 8h de duração cada, das 8h30 às 17h30, sendo que as inscrições ainda se encontram abertas.
Módulos - A primeira fase prevê quatro módulos em 2024 e, a segunda, outros quatro em 2025. Os temas variam desde governança e gestão da propriedade rural, a direito sucessório, mediação de conflitos e construção da confiança, gestão financeira, cooperativismo, gestão de pessoas e gestão contábil e planejamento tributário.
Outras cooperativas - A expectativa é que a partir de 2025 o programa Unindo Gerações seja levado também para outras cooperativas paranaenses.
Palestra - Na aula inaugural em Maringá, a consultora Mariely Biff, especialista em sucessão e governança familiar no agronegócio, fez uma palestra por videoconferência.
Com a família - Morador em Umuarama, onde é dentista e possui uma propriedade com gado de corte, Wellington Vargas Ziliotto participou em companhia da esposa Janilde e da filha Talita, que é casada, mãe de um filho, exerce na cidade a mesma profissão do pai e faz questão de participar da gestão do negócio rural.
Conduzir - “Sempre gostei da atividade rural e vejo que agora meus pais precisam ainda mais de mim para conduzir a propriedade”, afirmou Talita.