Em Atalaia, família Rebuci mantém a tradição de proteger o solo com braquiária

05/11/2024

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No município de Atalaia, região de Maringá, o cooperado José Carlos Rebuci, de 80 anos, e o neto dele Wellington, de 33, conduzem 30 alqueires de lavouras, sendo metade das áreas protegidas por uma cobertura de palhada de braquiária.

Em razão desse cuidado com o solo eles foram visitados, na última semana, pelo Rally Cocamar de Produtividade, que estava acompanhado do gerente Márcio Sartori e do engenheiro agrônomo Alfredo Fabrão Neto.

Segundo Wellington, a família faz também, há anos, o consórcio milho e braquiária, mas desta vez, depois de semearem metade das terras com braquiária solteira, não conseguiram mais sementes em tempo hábil.

Benefícios

“O consórcio dá muito certo”, afirma Wellington, ao salientar que a braquiária proporciona uma série de benefícios. Comparando ali mesmo com uma pequena área descoberta, a diferença era grande. Enquanto nessa última a superfície estava seca e quente, sob a camada de palha o solo ainda se encontrava úmido, o que favorecia a emergência da soja. E, estando protegido, o solo não ficava vulnerável à erosão causada por uma chuva forte.

Sem falar que as raízes da braquiária têm papel fundamental, segundo comentou o agrônomo Alfredo, referindo-se principalmente ao fato de que o enraizamento profundo dessa forrageira rompe a compactação e facilita a infiltração da água da chuva.

De acordo com o gerente Márcio Sartori, essa é uma prática sustentável que ajuda o produtor a ser mais resiliente em caso de uma estiagem de curta duração.

Wellington comenta que a média da soja tem ficado normalmente entre 130 e 140 sacas por alqueire, enquanto a do milho de inverno ao redor de 250 sacas.

Tradição

A família Rebuci é uma das mais tradicionais do município e segundo seu José, só havia duas casas no local onde surgiria a cidade, quando eles chegaram em 1950, vindo de Lins (SP). “A nossa casa foi a terceira”, lembra, mencionando ainda que a região era povoada, isto sim, por muitas onças. “Quando a gente ia buscar água no rio, volta e meia observava onças pulando de um lado a outro pelo caminho”. Mesmo com o perigo que representavam, não se tem notícia de que esses felinos tenham feito vítimas entre os moradores: a preferência deles era por animais.

A exemplo da grande maioria dos agricultores, os Rebuci plantaram café, cultura que perdeu lugar para o algodão, o qual, por sua vez, cedeu espaço às atuais culturas mecanizadas de grãos.

Wellington lembra que, desde pequeno, acompanhava o avô na propriedade. “Tomei gosto, é o que aprendi a fazer”, finaliza.

Sobre o Rally

O Rally Cocamar de Produtividade conta com os seguintes patrocinadores: Ourofino Agrociência, Sicredi Dexis, Seguradora Sombrero, Fertilizantes Viridian, Nissan Bonsai Motors e Texaco.