Em Floresta, avô, filha e neto compartilham a gestão apostando no crescimento

27/11/2024

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“Valorizar o passado, mas de olho no futuro”.

A frase é de um dos mais tradicionais produtores de Floresta, município vizinho a Maringá. Aos 91 anos, o trabalho, naturalmente, já diminuiu bastante para seu Antônio Fernandes André. Mas, na medida do possível, esse pioneiro acompanha as atividades nas áreas da família que somam 205 alqueires paulistas e foram conquistadas “com muito suor”, conforme ele gosta de dizer. O Rally Cocamar de Produtividade passou por lá no dia 25/11.

Seu Antônio representa uma geração de desbravadores que acreditou nas oportunidades oferecidas pela região. Em 1953, logo depois de se casar com dona Neide em Bernardino de Campos (SP), aconteceu a mudança para o Paraná, onde se fixaram em Jataizinho. Não tinham nada, apenas a disposição para trabalharem como meeiros em lavouras de café. Em 1962, a transferência para Mandijuba, perto de Floresta e, dois anos depois, estavam de mala e cuia nesse último município, onde ele se encantou com o potencial oferecido pelas terras planas e férteis.

Atualmente, ao lado de seu Antônio, na condução dos negócios, estão a filha Neusa e o neto Luiz, mãe e filho. Mesmo não participando de todas as decisões, ele nunca deixa de ser ouvido, expressar suas opiniões e ponderações e gosta de ir ao entreposto da Cocamar, cooperativa da qual é o cooperado de número 990, em uma relação que já se estende por mais de meio século.

“Sou cooperado desde antes da chegada da Cocamar a Floresta”, conta o pioneiro, que já foi produtor de café e algodão, tendo trabalhado, nos anos 1960, com algumas empresas de Maringá, entre elas a Sanbra e a Volkart Irmãos, cujo gerente na época era Luiz Lourenço, atual presidente do Conselho de Administração da Cocamar.

Firmando-se desde cedo como uma liderança no município, foi seu Antônio quem articulou a negociação de uma parte da propriedade que pertencia a João Hermes, em Floresta, para que a cooperativa instalasse ali a sua unidade, inaugurada em 1976. Antes disso, por vários anos, a safra de soja dele e dos produtores locais tinha que ser transportada até a estrutura da Cocamar em Maringá.

Professora aposentada no município e pecuarista, Neusa, de 63 anos, responde pela parte administrativa e financeira, enquanto Luiz, 40, formado em administração de empresas, conta que participa de tudo e, em breve, vai se dedicar também a dois aviários que têm capacidade para 60 mil frangos no total.

Segundo Neusa, a família investe nas melhores tecnologias, já foi implantada a agricultura de precisão e a correção do solo é feita regularmente com calcário e gesso, sob a orientação técnica nas lavouras prestada, no momento, pelo engenheiro agrônomo Rodrigo Barilari, da Cocamar. “Nossa média de produtividade é de 150 sacas de soja por alqueire, mas em alguns talhões beira as 200 sacas em anos de clima normal”, observa.

Luiz diz ser gratificante estar trabalhando com a família e poder desfrutar da companhia do avô e da mãe, com os quais está sempre aprendendo.

“Em 1975, quando veio a geada negra, os cafezais já estavam acabando em Floresta”, lembra seu Antônio que, interessado em prestar sua contribuição para o desenvolvimento do município, chegou a ser prefeito entre 1993 e 1996. “Foi um período de muitas realizações”, menciona.

Ele e dona Neide tiveram um filho e três filhas, mas somente as mulheres permaneceram na atividade da família: a agricultura e a pecuária. “Admiro muito o meu pai pelo seu exemplo e a história que ele ajudou a escrever aqui na região”, comenta Neusa, sendo ele também um dos primeiros, durante a década de 1980, a apostar no plantio de milho de inverno, uma prática que começou em Floresta e se espalhou pelo Brasil.

A visita do Rally foi acompanhada pela equipe do programa RIC Rural e a reportagem será veiculada em todas as emissoras da Rede Independência de Comunicação (RIC), afiliada Record no Paraná, na manhã de domingo, 15/12.

O novo gerente da unidade de Floresta, Claudinei Donizete Marcondes, destaca a trajetória do produtor Antônio Fernandes André e de seus familiares, sendo ele “um personagem inspirador pela sua história e um modelo de participação cooperativista”.

Patrocinam o Rally Cocamar de Produtividade: Ouro Fino Agrociências, Sicredi Dexis, Seguradora Sombrero, Fertilizantes Viridian, Nissan Bonsai Motors e Texaco, com apoio do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), Aprosoja-PR e cooperativa Unicampo de profissionais de ciências agrárias.