Solo protegido contém ação das chuvas intensas

04/12/2024

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Produtores que fazem um trabalho conservacionista e investem na cobertura do solo com braquiária, por exemplo, passaram com tranquilidade pelo período de precipitações intensas, nos últimos dias. Na Fazenda Santa Fé, em Querência do Norte, no extremo noroeste do estado, onde o solo é arenoso, o volume foi de 90 milímetros na segunda-feira e, na terça, voltou a chover forte. A propriedade foi visitada pelo Rally Cocamar de Produtividade, que vem acompanhando o desenvolvimento das lavouras.

Segundo o produtor Valdomiro Peres, o Carneirinho, a palhada fez com que 100% da umidade fosse absorvida, sem escorrimento algum. Ele cultiva soja e milho nesta safra de verão e o desenvolvimento está dentro de suas expectativas. “Nas últimas semanas, a lavoura sofreu um pouco com o calor forte, mas, de um modo geral, não temos do que reclamar”, comenta Carneirinho.

Já em outras regiões do estado onde produtores não tiveram o mesmo cuidado com o solo, os prejuízos causados pelas chuvas foram consideráveis. Nas imediações de Maringá, por exemplo, onde na segunda-feira, em alguns municípios, o volume foi de aproximadamente 70 milímetros (mm), os estragos em propriedades são visíveis. Numa delas, onde um produtor retirou as curvas de nível e o solo está desprotegido, sem palhada, as enxurradas arrastaram parte das lavouras e atingiram também propriedades vizinhas, deixando um rastro de destruição. Da mesma forma, estradas foram danificadas.

“A situação mostra a importância de o produtor atentar para a proteção do solo, são questões básicas que podem fazer muita diferença diante de intempéries de grande intensidade como as dos últimos dias”, destaca o gerente técnico Rafael Furlanetto.

Ele explica que em áreas de sucessão soja/milho há solos com capacidade de infiltração de apenas 20 mm por hora. “Se chove 50 mm, escorre 30mm”, lembrando que onde o produtor pratica a diversificação de culturas e há palhada, o potencial de infiltração pode ficar acima de 100 mm.

Furlanetto, inclusive, participou de uma recente viagem do Rally para Uraí, no norte do estado, onde essa mesma situação foi observada. Enquanto em áreas desprotegidas as chuvas volumosas ocasionaram grandes prejuízos, em outras, onde a soja foi implantada em meio a uma espessa camada de palha, não houve problema algum. “É preciso que o produtor tenha a preocupação de adotar práticas conservacionistas, afinal o solo é o seu maior patrimônio”, completa.

O Rally Cocamar de Produtividade conta com o patrocínio das empresas Ourofino Agrociência, Seguradora Sombrero, Sicredi Dexis, Nissan Bonsai Motors, Fertilizantes Viridian e Texaco.