Audiência pública respalda aspiração de Maringá de ser a Capital Nacional do Associativismo

07/03/2025

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Maringá busca o reconhecimento oficial, mas já pode ser considerada a Capital Nacional do Associativismo. Para debater esse assunto, uma audiência pública foi promovida na manhã desta sexta-feira (7/3) na Câmara Municipal de Maringá, em evento que contou com a presença de lideranças políticas, de cooperativas de vários ramos e de entidades representativas. Da Cocamar participaram o presidente do Conselho de Administração, Luiz Lourenço, o presidente executivo Divanir Higino, e o superintendente de Relação com o Cooperado, Leandro Cezar Teixeira.

Agendada pela vereadora Akemi Nishimori, a audiência pública é uma exigência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, para que o Projeto de Lei (PL) de número 5420, protocolado pelo deputado federal Luiz Nishimori, tenha andamento. O PL já foi aprovado pela Comissão de Cultura e a expectativa é que em breve siga para sanção presidencial.

Inspiração

Ao abrir os trabalhos, o prefeito Silvio Barros destacou a força do cooperativismo local e a vanguarda de entidades como a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), onde o a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), voltado a planejar o futuro da cidade, serviu de inspiração para inúmeros outros municípios brasileiros. “Maringá já é reconhecida, por seus diferenciais, como a Capital Nacional do Associativismo”, disse.

“O Paraná conta com 227 cooperativas e 15 delas estão em Maringá”, citou o deputado federal Luiz Nishimori, em seu pronunciamento. Segundo ele, a sociedade demonstra estar unida para apoiar o projeto.

Espírito colaborativo

Por sua vez, o presidente da Acim, José Carlos Barbieri, ressaltou que Maringá possui mais de 600 entidades entre cooperativas e associações, 19 das quais situadas dentro da própria Acim, que foi fundada em 1953 e “nasceu com espírito colaborativo, tendo contribuído historicamente para muitas conquistas e a formação de lideranças. É difícil dissociar a imagem de Maringá do associativismo”.

Tradição

Em seu discurso, o presidente executivo da Cocamar, Divanir Higino, frisou que a reivindicação para consagrar Maringá com o título de Capital Nacional do Associativismo, foi formalizada em 2019 e está sendo retomada no momento em que a cidade ganha uma nova cooperativa, a Unicom, formada por empresas de construção civil e arquitetura. “Temos uma grande tradição em associativismo”, mencionou, ao relacionar iniciativas como o Codem, o Conseg e o Observatório Social, entre outras.

“Pela cooperação é possível transformar o pequeno em algo maior e mais forte”, lembrando que a cidade tem muito a ganhar com o reconhecimento. “Eventos importantes começam a ser trazidos para Maringá”, disse Divanir, a exemplo do que acontece com Sunchales, pequena cidade da Argentina que é reconhecida como a capital do cooperativismo do país. Ele destacou, ainda, o profícuo trabalho de lideranças como o professor Wilson Matos Silva e o empresário Jeferson Nogaroli.

Já é por direito

“Quando a gente viaja e diz que é de Maringá, em qualquer região do país as pessoas exaltam os diferenciais do associativismo daqui”, citou o presidente da Sicredi Dexis, Wellington Ferreira. Para ele, a cidade já tem o título de Capital Nacional do Associativismo por direito. “Construímos uma cidade para que todos sejam felizes juntos”.

Luiz Ajita, presidente do conselho de administração do Sicoob Metropolitano, lembrou que a instituição foi fundada em 1999 por 26 pessoas e, hoje, são 180 mil associados, com 5,5 bilhões de reais em ativos. “Cria-se um círculo virtuoso no torno do cooperativismo, incluindo as cooperativas mirins, investindo-se nas novas gerações”, pontuou.


Desenvolvimento

O presidente da Unimed Regional Maringá, Lei Pon Meng, ressaltou que “associativismo é cooperação, representatividade e desenvolvimento coletivo”, lembrando que sua cooperativa conta com mais de mil cooperados.

Para o presidente do Sistema Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, a audiência pública é o respaldo que a sociedade confere à aspiração de fazer de Maringá a Capital Nacional do Associativismo. “A cidade apresenta uma conjugação de fatores favoráveis e o título vai estar em boas mãos”.

Modelo nacional

Segundo o presidente do Codem, Mohamed Awada, “Maringá está mergulhada na cultura do associativismo e cada pedaço da cidade foi construído com muitas mãos. Segundo ele, o Codem surgiu no momento em que a cidade não crescia como se pretendia. “Atualmente, mais de 100 entidades fazem parte do Codem, que é um modelo nacional”. Ele falou também sobre a realização do Planeja Brasil, evento cuja primeira edição aconteceu em 2024 e será repetido neste ano.

Cidade unida

O presidente da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), Ricardo Evandro Castro, destacou que a cidade de Maringá é muito unida e fez da sua Apae a terceira maior do Brasil, que atende a 1,3 mil pessoas por dia. “Sempre tivemos muito apoio e nosso desafio agora é acabar com a fila, algo que até pouco tempo não tínhamos”, frisou.

“Trabalhar em conjunto é nosso lema”, comentou Wagner Moura, da Associação dos Lojas Maçônicas de Maringá (Ammar). São 34 lojas na cidade, que reúnem mais de mil maçons ativos. “Historicamente, a maçonaria tem a participação de pessoas voltadas ao bem maior da coletividade”, observou.

Presidente do Maringá Futebol Clube, João Vítor Mazzer disse que o time fundado em 2010 é a soma do esforço de 40 acionistas. “A nossa SAF (Sociedade Anônima de Futebol) funciona como uma cooperativa e que talvez, nesses moldes seja uma das primeiras com mentalidade cooperativista do país”.

Com 12 anos, a garota Amanda Vitória, presidente da cooperativa mirim do Instituto Sicoob, que reúne crianças para desde cedo praticarem a experiência cooperativista, também se pronunciou na oportunidade para citar que o programa Florescer, do qual participa, “visa a tornar a cidade cada vez mais solidária”.

Autor: Imprensa Cocamar