Os produtores de Cambé, município do entorno de Londrina, no norte do estado, estão animados com a qualidade das lavouras de milho de inverno. “Até o momento, as perspectivas são muito boas”, afirma o engenheiro agrônomo Manolo Tramontina, da Unidade local da Cocamar.
Segundo ele, o desenvolvimento da cultura chama atenção, principalmente, na região conhecida como Caramuru, onde as plantas cresceram mais de dois metros. Por ora, a expectativa de produtividade seria em torno de 300 sacas por alqueire – 124 na medida em hectare -, menciona o profissional. citando que mais no meio do município, as lavouras apresentam um desempenho pouco abaixo, com produtividades médias em torno de 250 sacas por alqueire – de 100/ha. “Já a região da Estrada Prata destoa do restante, com a estimativa de uma média inferior a esse patamar”, afirma.
Em Floresta, próximo a Maringá, a previsão geral é de uma produtividade ao redor de 220 sacas por alqueire – 91/hectare. Se confirmada, ficará próxima da obtida na safra anterior, quando foram colhidas, em média, 222,6 sacas de milho por alqueire (92/hectare).
O engenheiro agrônomo César Augusto Castro, da unidade da Cocamar em Floresta, explica que a semeadura da safra de inverno se estendeu um pouco mais, iniciando nos últimos dias de janeiro e terminando quase em março. Houve um período de aproximadamente 20 dias em chuvas no início março, o que prejudicou o desenvolvimento das plantas na fase vegetativa.
Colheita mais longa
Por isso, as lavouras semeadas mais cedo devem começar a ser colhidas já no final de maio. Por sua vez, as que se encontram em fase de pendoamento só vão ser colhidas em julho ou no início de agosto, dependendo do comportamento do clima nos próximos meses. “Teremos uma colheita mais longa, quando comparada com a safra anterior e com produtividades variando bastante na área de atuação da Unidade”, pontua César.
Na região dos municípios de Cruzália, Palmital e Iepê, no oeste de São Paulo, as chuvas tiveram ocorrências localizadas. Em Palmital as lavouras de milho sentiram a estiagem verificada logo depois do início da semeadura, que prejudicou a emergência das lavouras e atrasou os trabalhos.
“Temos lavouras bem comprometidas na região de Palmital”, afirma o gerente da Unidade local da cooperativa, Natan Borges, explicando ser ainda prematuro fazer uma avaliação quanto a produtividade, uma vez que há riscos com as baixas temperaturas nos próximos meses. “Os milhos plantados mais ‘no tarde’ estão melhores, se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo, e está tudo em aberto ainda, tem muita água para passar debaixo da ponte, ficando expostos a ocorrência de outro veranico ou, mesmo, uma geada”, conclui.