Na terceira fase do Programa de Conservação de Nascentes, desenvolvido pela Cocamar e voltado a preservação de nascentes em municípios das regiões onde mantém suas operações no noroeste do Paraná, tem como foco propriedades de produtores cooperados localizadas na bacia do Rio Pirapó.
A iniciativa é implementada com o apoio da empresa IHARA e o acompanhamento da CS Consultoria Ambiental, que auxilia nas visitas, documentação, orçamentos e execução.
Até 2024, haviam sido preservadas 22 nascentes de cooperados utilizando a técnica do Solo-Cimento, conhecida também como Sistema Caxambu, com a aplicação de uma massa constituída pela mistura de 70% de solo argiloso e 30% de cimento e a adição de água até alcançar a consistência adequada. Quando seca, essa composição apresenta resistência à compressão, impermeabilidade, reduzida retração volumétrica e alta durabilidade, contribuindo de forma significativa e duradoura para a manutenção das nascentes.
O projeto inclui, ainda, a recuperação da vegetação nativa, com o planejamento de espécies e definição de áreas de cercamento de plantio, sendo as mudas nativas produzidas e obtidas junto ao Programa Cultivar, da própria Cocamar, que promove a inclusão de alunos da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) no mercado de trabalho.
Cada fase do projeto tem a duração média de 12 meses e, neste ano, já foram atendidas propriedades em Maringá e Pitangueiras. A cidade de Maringá tem sido o foco nesta fase devido à parceria com a Secretaria de Trabalho, Renda e Agricultura Familiar – SETRAB, da prefeitura municipal. Essa parceria surgiu pela necessidade de pavimentar duas estradas no município: Rua Duzentos e São Domingos, com apoio da Itaipu Binacional. Essas estradas dão acesso a diversas propriedades rurais de Maringá, e só poderão ser asfaltadas quando 20 nascentes forem conservadas no município, como contrapartida prevista pela Itaipu.
Segundo a Cocamar, a adesão dos produtores poderia ser maior, mas muitos deles demonstram receio de que venham a ser penalizados em virtude do rigor das leis ambientais. “O projeto foi criado, justamente, para que as propriedades rurais sejam adequadas à legislação”, explica Angela Oliveira Scalabrin, da área ambiental da Cocamar.
Segundo ela explica, a preservação das nascentes é necessária porque, com o passar do tempo, a vazão de água pode ser obstruída por razões diversas, como o acúmulo de material orgânico. “As nascentes são como um elo entre as águas subterrâneas e as águas superficiais”. Desses grotões flui a água para abastecer os rios e atender às demandas das cidades e propriedades rurais.
O Programa surgiu de um projeto denominado ‘Água Limpa’, em 2022 por meio da metodologia de Lean Six Sigma (LSS) para a implementação da lei de pagamentos por serviços ambientais aos cooperados da Cocamar.
Autor: Imprensa Cocamar