O premiado Programa Cultivar, mantido pela Cocamar em parceria com a Apae nas cidades de Maringá e Rolândia, onde promove a inclusão de alunos com deficiência intelectual e várias faixas etárias no mercado de trabalho, completa 17 anos nesta quarta-feira (22).
Ao longo de quase duas décadas essa equipe formada por cerca de 40 colaboradores produziu cerca de um milhão de mudas de espécies nativas que foram doadas a produtores cooperados de várias regiões para a recomposição de áreas de preservação permanente (APP). O lema do programa é ?Fazendo florestas com mãos especiais?.
Em dois viveiros, um em cada cidade, eles se dedicam a esse trabalho, sob supervisão. ?O Cultivar faz a diferença na vida dos colaboradores?, comenta a instrutora Maria Rosimeire dos Santos, explicando que se trata de um trabalho protegido, em que os alunos têm carteira assinada e todos os benefícios oferecidos pela Cocamar. ?Além de estarem em um ambiente agradável, fazendo o que gostam, eles se sentem ativos no mercado de trabalho e contribuem para o orçamento de suas famílias?, observa.
O aluno Lucas Maccgnan, de Maringá, explica como o programa melhorou sua vida: ?Ajudo nas despesas de casa, compro calçados e roupas, me sinto bem assim, pagando as contas com o dinheiro do meu trabalho?.
Para Kleber Oliveira, também de Maringá, o sentimento de satisfação é o mesmo e ele conta que, entre outros benefícios de sua participação, aprendeu a administrar seu dinheiro. ?Antes eu gastava tudo o que meu pai me dava, agora valorizo mais? e lembra que, graças a esse trabalho, passou a contar com um plano de saúde.
Para os produtores que se utilizam das mudas produzidas pelos alunos, as árvores que veem se desenvolvendo na propriedade chegam a ter um valor sentimental. Em Tapira, no noroeste do Paraná, o jovem produtor Sérgio Magalhães Silva, filho do cooperado Júlio Ferreira da Silva, diz que há anos começou a pegar mudas no Cultivar, por meio da unidade local da Cocamar, para plantio como mata ciliar. ?Agora, é uma área bem protegida e até a nascente de água foi recuperada?, comenta, acrescentando ter percebido, inclusive, que há mais peixes no rio e uma frequência maior de pássaros na propriedade.
Jovem produtora, Bruna Bernardes Medeiros, filha do cooperado Odilo Vieira de Medeiros, de Presidente Prudente (SP), cita que a família tinha uma área muito grande para ser recomposta com APP e Reserva legal. ?As mudas que recebemos e continuamos a receber são de grande importância para nós. A ótima qualidade delas facilitou o replantio e o crescimento dessas áreas?.